domingo, 10 de outubro de 2010

PIEDADE

Abre o teu coração por um momento, busca o silêncio e estenda o olhar para além de ti e, visualizando as misérias do mundo, busque atender aos apelos do teu coração, e medite sobre a piedade, irmã gêmea da caridade, que mais nos aproxima de Deus. Ante a dor que machuca o outro, as injustiças que atormentam o mundo e os sofrimentos que atravancam o avanço do ser, permita que o teu coração se enterneça, estenda a mão ou eleve os pensamentos em direção das criaturas que sofrem. Seja instrumento de alívio para a discórdia que se alastra, inspirando o florescer da esperança, da concórdia e da resignação, despertando a certeza de dias melhores em cada coração. Cultive o exercício do amor e do perdão. Não interrompas as lágrimas piedosas que, por ventura, despontem dos teus olhos, pois essas, além de trazer alívio para o teu peito angustiado, poderão ser o bálsamo que aliviará a dor das feridas que dilaceram as almas marcadas pelas amarguras da vida. Se tu trazes em ti também, marcas do sofrimento, mais um motivo para que te desligues em benefício do outro, libertando-te da tua própria dor, que tanto te machuca a alma. Não recua ante a prática do bem, não recrimines, não apontes, não rejeites, não discrimines. Seja simplesmente a mão que alimenta e que embala corpos cansados, seja o ouvido que escuta quando necessário, a voz que abafa prantos de angústias. Agindo assim, sentirás a expansão da alma e a paz que almeja para ti.

Elvarlinda Jardim, Momentos de Reflexão

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